Com três da NBA, garrafão do Brasil promete assustar rivais no Mundial
Além de Nenê, Anderson Varejão e Tiago Splitter, técnico argentino Ruben Magnano pode contar ainda com Guilherme Giovannoni e Murilo
Por Danielle Rocha
Rio de Janeiro
Meninos acompanham treino da seleção brasileira
(Foto: Danielle Rocha / Globoesporte.com)"Kobe Bryant" e "LeBron James" estavam logo ali, na porta da quadra, observando o treino da seleção. Tentavam encontrar uma brecha para ver melhor Leandrinho, de quem já tinham conseguido um autógrafo. A visão foi interrompida por Nenê, que apareceu na frente deles e, ao subir um degrau, já os fez recuar. Os irmãos João Vitor e Pedro Henrique, que vestiam as camisas dos ídolos da NBA, se assustaram com o tamanho do pivô do Denver Nuggets. E é justamente esse tipo de reação que os homens do garrafão da equipe brasileira pretendem provocar nos adversários durante o Mundial da Turquia.
Com Anderson Varejão, Tiago Splitter e Nenê, o Brasil tem uma "defesa de respeito", como o ala-pivô cabeludo do Cleveland Cavaliers gosta de falar. O garrafão ainda vai ter o reforço de Guilherme Giovannoni, que joga mais aberto na posição 4, e de Murilo, puxado do grupo que conquistou o Sul-Americano neste sábado. A versatilidade cai como uma luva no estilo de jogo que o técnico Rubén Magnano tanto preza.
- Temos um time excepcional na defesa e um ataque com muitas variações. O garrafão é uma das grandes armas da seleção, sem tirar o mérito das outras posições. Vai ser complicado jogar contra a gente. Magnano quer sempre muita intensidade na defesa e cobra a execução dos sistemas. A filosofia dele é de técnico da Europa, com defesa e agressividade. Não estou encontrando problemas, já peguei o sistema e as jogadas. Só me falta melhorar a parte física, já que fiquei um mês parado - disse Tiago Splitter, que se apresentou uma semana depois dos companheiros, por causa do casamento e da transferência para o San Antonio Spurs, da NBA.
Nenê faz musculação na academia com o preparador físico Diego Jeleilate (Foto: Divulgação / CBB)Nenê também conhece o potencial da tábua defensiva, que nos últimos três anos se ressentiu de sua presença. Varejão e Splitter mostravam empenho, mesmo fora de suas posições, tentando suprir a ausência de um pivô pesado.
- Não sei o que os adversários pensam da nossa defesa mas, para passar por ela, vão ter que jogar melhor do que nós. Vamos fazer o máximo para deixar o mínimo de espaços para eles entrarem. A porta vai estar fechada - garante Nenê.
Magnano praticamente descartou a possibilidade de usar Nenê, Varejão e Splitter juntos na quadra. Pelas entrevistas do técnico, a tendência é que Varejão ocupe a posição 4, enquanto Nenê e Splitter se revezam na 5. O argentino, no entanto, prefere não fechar as portas para nenhuma possibilidade.
- Pode ser que encontremos uma situação em que os dois joguem juntos, por que não? - pergunta.